ACHISMO OU INTERVISÃO ENTRE PSICÓLOGOS?

 


E.mail enviado (13/11/2020) a propósito do assunto...                     

                                                                                                                                                             

Paulo Passos

Psicólogo clínico

Braga / Portugal


Caros Senhores

Bom dia,

Sobre o assunto, apraz-me considerar que hábitos de supervisão/intervisão (organizativa, funcional, clínica, métrica, científica, terapêutica.....), existem há longos anos, entre os psicólogos dos Centros de Saúde do distrito de Braga, nomeadamente nos dos ACES do Cávado.

Assim, sou de sugerir que, em vez de se tentar protagonizar um feito já existente, deve-se aproveitar o que existe e tem funcionado com demonstrações qualificadas, mais que dadas.

Sugiro que o "autor" dessa ideia (ideia já em prática há muito) se articule com os intervenientes dela (psicólogos clínicos dos ACES do Cávado) e se inteire para que se alargue o âmbito de acção, numa coerência que se exige científica, eficaz e eficiente... (jamais caseira e de mera opinião).

Uma vez existirem, nos ACES, psicólogos e psicólogos clínicos, numa diferenciação (carreiras e categorias profissionais, estas com funções definidas) estabelecida legislativamente, sou de referir que o conceito de intervisão perde o sentido de amplitude, pela lógica dos curricula (vividos, não os narrados) laborais.

Certo que a legislação permite estas diferenciações entre trabalhadores, mas não impõe que existam, mais sendo que (se imposto) seria fomentar a desvalorização das especializações (úteis se bem ancoradas em carácteres sãos e críticos).

Como se pode falar em intervisão entre pessoas onde, umas raramente (ou nunca) tiveram (enquanto psicólogos) um acto clínico orientado ou supervisionado?

Pode-se falar em "Intervisão" entre um psicólogo (de meia idade e proveniente de outras profissões) que opera a seu modo e isolado, numa recente chegada à profissão de psicólogo, com outro, por exemplo, um psicólogo clínico em topo de carreira e com 30 e tal anos de serviço, como psicólogo? 

Parece-me que esta conceptualização de "Intervisão" é abusiva e desprovida de senso lógico e coerente, no contexto laborar em que a Psicologia Clínica se movimenta, especificamente nos Cuidados de Saúde Primários.

Serão sessões que se irão transformar em conversas caseiras, em opiniões, num debate de "eu acho ..."?

Serão sessões que serão lições? 

As lições já deveriam ter sido adquiridas nas universidades (mas, será que foram?)...! 

Aqui (instituições de campo clínico e científico) devem-se exigir competências profissionais.

Estas acríticas "boas vontades", deste tipo de "ideias", lesam tanto a Psicologia no SNS...! Lesam e com hemorragia...!

Renovando ...

https://sai-qolo-gi.blogspot.com/2020/11/domesticamente-caseiras.html?fbclid=IwAR34Y0XtwZqH9wjKP49WXQHone_YaAfqUC3xF5uOJcrYLq1pd4GGhFQ5a9o

Cordialmente subscrevo com votos de um excelente fds

Paulo Passos

                                                                                                                                                       

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