RAIOS PARTAM AS CONVENIÊNCIAS NO SEU EXPOENTE MÁXIMO DA MEDIOCRIDADE...



Paulo Passos


Psicólogo Clínico (Braga, Portugal)


2020




Era uma vez um gato (mais contorcionista do que) maltês.

Na realidade também era um gato maltês, mas sobretudo, de puro figurino tuguês.

Então…!... Era uma vez um gato tuguês.

Pouco lustroso, diga-se, mas perfumava-se e ajeitava-se nas modas.

Era um gato dos sabidos… e, dizia-se, não um ranhoso vagabundo qualquer.

Tinha a vida num mafioso beco pouco iluminado, de uma zona pouco própria do clã da sua proveniência, onde se fabricavam muitas narrativas que, depois e a seu tempo, viravam histórias ou, no mínimo, imaculadas lendas que decoravam a sua galeria de troféus imaginados, que serviam para propagandear o espírito e a crença da fama e da invejável grandiosidade.

Os amigos preferidos eram os gatos (e até algumas ratazanas) mais mafiosos e desconfiados, apesar de também se dar bem com os desvalidos na honra, sem nunca desperdiçar as aromáticas vantagens de uma conveniente volta às zonas das gatas dos bairros chiques, onde era, sempre, bem-vindo e apreciado.

Empolgava-se, perante a gataria, num insuflado e galante ego felino.

Para deguste, deliciava-se, sobretudo, com uma boa e pensante cabeça (de peixe) intoxicada com a pureza da nata da aldrabice.

Gostava de histórias e de confabulações e sabia bem levar a água ao seu moinho.

Era o gato de espírito mais imponente, poderoso e invejado.

Era um exímio mestre do escape e, nas delirantes confabulações, era um convicto compositor, que conseguia, até, fazer chorar as pedras da calçada.

A gataria deliciava-se, quase até ao orgasmo, só com a sua passagem pedante de cauda erguida e olhar negligente.

Era o gato, o propagandista, o gato maior…!

Era o gato (o maior e o maior-gato) como muitos outros que se confabulam em rom-rons dengosos e que contam as suas proezas (e vidas) em poesia e em discursos mais fantasiosos do que vividos, mas enfeitados da conveniência dos fracos que (havendo quem ache) também fazem rezar a história… ou as histórias…!

 

(O que se diz da HISTÓRIA (nas escolas) sobre a verdade da IGUALDADE:

- (Outros e) os franceses invadiram-nos (dizem que foram as INVASÕES francesas).

- Os portugueses invadiram outros à fartazana (dizem que foram os DESCOBRIMENTOS, empanturrando o povo de um (flácido e submisso) orgulho, ainda que sentido com honra… pálida e envenenada honra).

A mesma impunidade factualizada, na escola, tem nomes diferentes, porquê?

Por causa da história do feitio de um gato que, também sendo maltês era, seguramente, tuguês… e que foi à escola.)

 

Invertidas maturidades e fatalidades da insuficiência… padronizadas e receitadas. 

HOMESSA...!?!



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