A PISCA-PISCA
Paulo Passos Psicólogo Braga/Portugal Estava bem longe das intenções e das possibilidades destas, tanto institucionalmente como academicamente. Ficou-se pelas sobras. Priscila Pisca-Pisca era mais um senão do academismo português (psicóloga, dizia, por uma qualquer Universidade de dúbio prestígio e de dúbia vocação e candidatura aceite na sua Ordem Profissional), materializado numa desprotegida e sujeita... qualquer institucionalidade pública. Lidava muito bem com o caseirismo e arrastava, toda a sua função impostora e sobrecarregada de domesticidade, para o emprego que empunhava, exibindo, às cegas, as costas sempre sujeitas a umas farpadas, que já não a feriam de sangue fresco. Era conhecida por Pisca-Pisca, não só pela razão da alcunha (vítima de estigmatizações neuróticas que se materializavam no tique de pestanejar involuntariamente), mas também pela facilidade com que manipulava a intermitência entre a lógica e o seu feitio de corpo versus feitio de alma. Era uma intermitência