O PAPELAÇO DA SALA E DA SALA DE AULA
O massacre (amordaçado) da infância começa na família e é continuado na escola, de forma dedicada, protegida legislativamente, irreversível e infalível.
...ainda que e na presença de...
Tantos talentos sem quaisquer escolarização/formação/academismo formais.
...e... em demonstração...
Raros talentos (em proporção aos milhões de alunos/formandos) com tanta (e mais alguma) escolarização/formação/academismo oficiais...!
Em talentos autodidactas... e noutros didactizados (fartazana) desprovidos de tal.
Coménio (1592-1670). Fonte da imagem: internet
"(...) na educação da juventude (...) as escolas são consideradas como os espantalhos das crianças, ou as câmaras de tortura das inteligências (...)". Pág. 157, Coménio (1592-1670), "Didáctica Magna", 3ª Edição, Fundação Gulbenkian, Lisboa.
Entre os escolarizados fazedores de coisas (categoria Épsilon em "Admirável Mundo Novo" - Aldous Huxley) e os debitantes de meros determinismos opinativos (enxurrando serviços, agravadamente, quando estes são públicos), está o produto do "trabalho", este vandalizado mas vangloriado e glorificado pelas conveniências da incompetência e da corrupção ética e estética (no mínimo).
...contudo... e em pecado, legislativamente, mortal...
Insiste-se na escola enquanto modelo sequencial à família, num violento processo de domesticação da infância, onde os sorrisos se materializam na palidez da incompletude e da delinquência aprovada, da acrítica e a-noção, de um patético benfeitorismo patriótico e da plenitude da irresponsbilização.
Wilhelm Reich (1897-1957). Fonte da imagem: internet
"(...) perto de ti é difícil pensar, Zé Ninguém. É apenas possível pensar acerca de ti, nunca contigo. Porque tu sufocas qualquer pensamento original. Tal como uma mãe, tu dizes às crianças que exploram o mundo: isso não é próprio para crianças. Como um professor de biologia, dizes: isso não é coisa para bons alunos. O quê, duvidar da teoria dos germes no ar?. Como um professor primário, dizes: as crianças são para ser vistas, e não para se ouvirem. Como uma mulher casada, dizes: hã! a investigação! eu e a tua investigação! Porque é que não vais para um escritório, como toda a gente, ganhar decentemente a tua vida? (*)
"(...) ris-te do Zé Ninguém, sem entender que é de ti que te ris, tal como milhões de outros Zés Ninguéns(...)" (*)
(*) Wilhelm Reich, "Escuta, Zé Ninguém".
BY THE WAY...
Lá pelo século XIX, os franceses invadiram Portugal, por 3 vezes. Na escola pública portuguesa há um capítulo da História, debitado aos alunos, que se chama Invasões Francesas.
Há um outro capítulo da História, na mesma escola pública portuguesa, igualmente debitado aos alunos, em que os portugueses invadiram o Brasil (e demais) e que se chama Descobrimentos.
O mesmo guião, o mesmo acto... um é Invasão e outro é Descobrimento... (conforme o jeitinho).
The best of tugas...!
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